quarta-feira, 15 de julho de 2009
Família cobra explicação
Família cobra explicação
Viúva e filho de João Goulart denunciam falta de compromisso do governo na investigação da morte
A família do ex-presidente João Goulart (1961-1964) denunciou ontem a “falta de compromisso” do governo federal para esclarecer se o ex-governante, morto em 1976 quando se encontrava no exílio, foi vítima de um assassinato político.
Vários membros da família Goulart, entre eles sua viúva, Maria Theresa, e seu filho João Vicente, exigiram em Montevidéu um “maior compromisso e vontade política”, assim como “coragem” ao Governo para solucionar este caso.
A família fez as declarações durante entrevista na estreia do documentário Jango em Três Atos, que conta vida política e a morte de João Goulart, deposto mediante um golpe militar em 1964.
O documentário traz entrevista gravada em 2008 com o ex-agente da inteligência uruguaia Mario Barreiro, preso desde 1999 no Brasil, na qual afirmava ter participado de uma operação encoberta, emoldurada no Plano Condor de apoio entre as ditaduras latino-americanas, que culminou com o assassinato de Jango por envenenamento.
A morte de Jango ocorreu na Argentina e foi atribuída oficialmente a um ataque cardíaco, mas uma autópsia foi vetada tanto na Argentina como no Brasil, onde o ex-presidente foi enterrado.
Segundo Barreiro, o veneno que teria matado Jango foi colocado em pílulas para o coração que o político importava da França para combater sua cardiopatia.
Para João Vicente Goulart, o Brasil não está interessado em resolver este caso, que permanece aberto na Justiça do país há dois anos, porque forçaria a pedir explicações aos EUA e a revisar a política em relação às violações dos direitos humanos cometidos durante a ditadura.
A família anunciou que, se até o mês de março de 2010, não forem registrados avanços na investigação do caso, levará esta denúncia a um tribunal internacional, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos ou o Tribunal de Haia.
Montevidéu
DIÁRIO CATARINENSE - | N° 8489
Florianópolis
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